
Em conversas tidas recentemente, ao ler os vossos blogs, ao pensar comigo mesma, ouço, leio e sinto que cada vez mais as pessoas estão apáticas e revoltadas em relação ao Natal, ao consumismo inerente, ao exagero de enfeites, à abundância de comida e ao pouco sentimento que se lhe atribui.
No entanto continuamos, aqui e ali, a abraçar, a enviar postais, mails e sms com votos de Boas Festas.
Atirem-me pedras se estou a errada, mas não estaremos a ser hipócritas?
Podia até dizer que me sinto compensada e menos hipócrita perante a alegria dos pequenotes, que ainda são inocentes ao ponto de acreditar no Pai Natal, mas ficou-me a frase de um familiar que olhava a quantidade de pacotes que se amontoava à frente de cada criança:
- “ISTO É RIDICULO”.
É mesmo e eu contribuí para isso.
Hoje acordei assim, com vontade de não fazer nada, ainda empanturrada do jantar de família de ontem. Sentei-me na sala e reparei que nem o vulgo pinheiro de Natal está presente, mas o fogão de sala está aceso, reina a harmonia e não vejo doces nem perus pelos arredores.
Agora que desabafei e me sinto melhor, vou comer uns camarões com míscaros, beber uns copos de vinho de uma garrafa enviada pelo meu amigo
Zé e, se sobreviver (à comida claro), continuarei a visita pelos vossos “sítios”.